terça-feira, 21 de outubro de 2014

A RESPOSTA DA ESFINGE A FREDERICO BUSSINGER


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Sábado, 27 Julho 2013 16:24

O enigmático Porto de Santos

“Decifra-me ou te devoro!”





 Movimentação de açúcar bate recorde no porto santista

R$ 4 bilhões poderiam ter sido investidos nos últimos anos se não tivessem sido “represados” nas curvas e remansos de um processo decisório tortuoso e adiposo, progressivamente deslocado da Baixada Santista. Se tais investimentos tivessem sido feitos, onde estaria o Porto de Santos hoje? – 
é a pergunta inevitável. FREDERICO BUSSINGER
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ONDE ESTÃO ESCONDIDOS OS SEGREDOS DO PORTO DE SANTOS?
por Cynthia Esquivel

Eu diria você, Frederico Bussinger, que e' um monumento vivo na vivência portuária, que as contradições e paradoxos no Porto de Santos emanam de distancias longínquas no tempo e de seus arrededores no espaço, tecendo pelo avesso a urdidura de seu caráter multifacetado, nem sempre percebido com clareza, exigindo vários domínios do saber para ser apreendido em sua inteireza e complexidade.

Santos foi a 2ª Vila na Colônia Portuguesa e sua historia começa através de seu porto de trapiches reais com naus a vela a serem carregadas de açúcar pelos escravos que pisoteavam o lodo do manguezal onde todo o lixo e dejetos da pequena povoação eram descartados. 

Na magnifica obra de Marina Tucunduva Bittencourt Porto Vieira, tão singela e despretensiosa, mas envolvente e de grande e impactante peso histórico sobre o Asilo de Órfãos de Santos na Engrenagem da Cidade  (tese apresentada `a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, para obtenção do titulo de Doutor em Educação e Historiografia, sob orientação da Dª Marta M Chagas de Carvalho, em 2011), podemos observar essa construção enigmática da importância do Porto de Santos, minuciosamente.

Conduzida como um romance, a historia de Santos, do Porto, do Café e do Asilo de Órfãos (originariamente Associação Protetora da Infância Desvalida) se mesclam com as famílias originarias da Cidade, das quais, com orgulho, faço parte. Pois que meu bizavo, Dr. Arlindo Ramires Esquivel Junior, Medico pela Faculdade Imperial do Rio de Janeiro, casado com Dona Hermelinda de Suplicy, dedicado `as epidemias da época, que tantos órfãos deixou nos cortiços dos imigrantes de Santos, tornou-se um dos integrantes fundadores do Asilo. Também foi um dos fundadores do Clube XV de Santos em 1869, sendo seu Presidente em 1884. 

Descendente de Bernardo Ramires EsquivelAristocrata, Almirante da Frota Portuguesa no século XVIII, D. Bernardo Ramires Esquível (1723 - 1812), 1.º Barão de Arruda, 1º Visconde de Estremoz, Conselheiro de Guerra e do Almirantado, Almirante da Armada Real e Comandante do Corpo da Marinha em Portugal (http://pt.wikipedia.org/wiki/Visconde_de_Estremoz);“Um vassalo fiel com amor a seu Augusto Príncipe Soberano, zeloso do Real Serviço e amante da Pátria” - Como consta em outra magnífica obra de Mestrado em Historia Marítima, na Universidade de Lisboa , Faculdade de Letras, Departamento de Historia, em 2011, de Pedro Miguel Nazaré Pereira, sob o titulo: "BERNARDO RAMIRES ESQUIVEL (1723-1812) Aristocracia e Oficio nos Finais do Antigo Regime". Que deixou enorme espolio de documentos no arquivo central da marinha com duas caixas com 569 documentos manuscritos e varias pastas com informação sobre seus filhos e familiares.

http://repositorio.ul.pt/handle/10451/6812
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/6812/1/ulfl107710_tm.pdf 

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Bernardo Ramires Esquível, 1º Barão de Arruda e o 1º Visconde de Estremoz, nasceu a 29/07/1723 e faleceu a 26/11/1812. Foi um distinto Oficial da Marinha, registando uma gloriosa carreira naval: entrou para a Marinha como soldado no Regimento da Armada (27/07/1744), foi promovido a Alferes no mesmo Regimento - 13/03/1751, Capitão-tenente - 15/07/1752, Capitão-de-mar-e-guerra - 24/01/1762, Coronel-de-mar - 15/09/1780, Marechal de campo, com exercício na Marinha - 28/09/1784, conselheiro do Almirantado - 29/04/1795, Almirante graduado - 5/06/1797 e Almirante efectivo -12/07/1801. Comandante do Corpo da Marinha de Guerra, como Lugar-tenente do Infante D. Pedro Carlos, destacando-se, ainda, o comandando da Esquadra que socorreu Mazagão, e no ataque a Argel. Conselheiro da Rainha D. Maria I e do Rei D. João VI e pertenceu ao Conselho de Guerra. Comendador da Ordem de Santiago da Espada, Comendador da Casa da Índia, na Ordem de Cristo, cavaleiro professo na mesma ordem e senhor de vários vínculos. 
https://arquivohistorico.marinha.pt/details?id=3758
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Fazendo parte dessas linhagens e fidalguia, as originárias famílias santistas entreteceram sobre si e sua prole a tradição da nobreza, da distinção e de valores éticos que mantiveram em Santos a tradição e criaram o pioneirismo de ilustres cidadãos que contribuíram desde o Império com a história da nação. Forjaram seus rumos e indicaram a vanguarda através da cultura refinada, num harmonioso paradoxo que se reflete na própria vida da cidade: um arraigado tradicionalismo e a forte atuação política metropolitana.
Só santistas de raiz para avaliar a força desse contraponto.


(continua)




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